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CONTINUANDO A PROSA DE ONTEM

  • Foto do escritor: Dira Verdiano
    Dira Verdiano
  • 30 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

Voltando à nossa prosa inicial, deixem-me apresentar meus referenciais teóricos:

Nilma Lino Gomes para além de ser Ministra da Igualdade Racial no Governo da Presidenta Dilma Roussef escreveu um livro maravilhoso chamado “Cabelo e corpo como símbolos da identidade negra”, sua tese de mestrado em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Nesta narrativa são descritos os sentimentos e a condição da mulher negra na sociedade brasileira. A autora em questão fez uma pesquisa etnográfica em quatro salões étnicos da cidade de Belo Horizonte e a partir disto escreveu, pretendendo conhecer o significado social do cabelo e do corpo e os sentidos a eles atribuídos. Nesta pesquisa o cabelo do(a) negro(a) é considerado não de maneira isolada, mas dentro do contexto das relações raciais construídas na sociedade brasileira.

Ivanilde Guedes Matos Doutora em Educação e Contemporaneidade pela UNEB é autora do livro: “Estética Afirmativa: o corpo negro e o ensino de Educação Física” que nos traz uma abordagem local, baiana, sobre a mulher negra e sua estética afirmativa a partir da manutenção dos cabelos naturais, como diz a professora: “... o que nos leva a insurgir esteticamente está no confronto do olhar do outro sobre nós; olhar impregnado de um juízo de valor estético pautado no padrão branco.”

Feitas as devidas apresentações, considero que é a partir das informações acadêmicas trazidas pelas pesquisas destas professoras negras que iremos buscar respostas às nossas indagações em Salvador. Nos restringiremos a apenas dois salões especializados em cabelos de afrodescendentes, que são modificados quimicamente, trançados, alongados, enfim, transformados para fazer com que a cliente consiga chegar o mais próximo possível do seu ideal de beleza. Outra fonte de observação são as ruas da capital baiana, nesta verdadeira Roma Negra pretendemos constatar a mudança que está ocorrendo com as jovens soteropolitanas, assumindo suas coroas africanas sejam elas os turbantes ou seus fios crespos.

Então, será que as mulheres negras soteropolitanas estão usando seus cabelos como parte de uma estética afirmativa, como símbolo de reparação e elevação da sua autoestima, reafirmando a sua identidade afrodescendente?

Vamos ao trabalho de campo. Em breve novos relatos.


 
 
 

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